terça-feira, 25 de maio de 2010
segunda-feira, 3 de maio de 2010
E agora?
Ela sabia desde o início que um dia o cansaço abate e que os passáros param de cantar. Sabia que seria de repente, sem aviso, porque o começo também foi fruto do inesperado. A saudade que ela sentia do passado era o primeiro sinal de que o presente já não bastava. E tudo que antes era perdoável, latejava - ferida que torna a ser aberta sem conseguir cicatrizar. Tudo era erro, e o amor já não se bastava intransitivo. Exigia complemento... e como exigia. Era como o cavalo chucro que perde o brilho nos olhos depois de domado.
Por meses se sentiu como se tudo o que vivera antes a tivesse preparado para aquele homem. Aquele único homem... E se deu. Se entregou, se rasgou inteira só para que ele pudesse costurar cada pedaço do jeito que quisesse. Viveu por outra vida, viveu outra vida, viveu.
O amor que ela bebia a largos goles, a paixão que a deixava ébria, tornara-se um gotejar até quase o estio. Ela não queria o fim, mas não sabia como evitá-lo, e negava a todo custo a morte daquilo que se tornara a sua essência.
- E agora? - ela não parava de se perguntar.
Saudades
É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais
E cedo demais
Eu aprendi a ter tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu, que tive um começo feliz
Do resto não sei dizer.
Eu aprendi a ter tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu, que tive um começo feliz
Do resto não sei dizer.
Love In The Afternoon - Legião Urbana
***
A cada encontro...
"Ô minha riqueza... vovó te ama muito, sabia?"
Eu sempre soube.
Lygia de Araujo Cunha
"Ô minha riqueza... vovó te ama muito, sabia?"
Eu sempre soube.
Lygia de Araujo Cunha
* 26/04/1935
+ 29/04/2010
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